quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O início



Toda caminhada começa com um primeiro passo. No nosso blog não seria diferente. Minhas amigas, por algum motivo desconhecido, não queriam começar a postar então...

Li um poema que falava de um início diferente do que estamos acostumados, e eu realmente tenho verdadeira atração por tudo que é diferente.

Se todos acham algo lindo, quero saber o que acha os que acham esse algo horrível. É algo bemmmmm mais forte do que eu.

O poema é do Gilberto Mendonça Teles.

Criação

O verbo nunca esteve no início dos grandes acontecimentos.

No início estamos nós, sujeitos sem predicados,

tímidos,

embaraçados,

às voltas com mil pequenos problemas

de delicadezas,

de tentativas e recuos,

neste jogo que se improvisa à sombra

do bem e do mal.

No início estão as reticências,

este-querer-não-querendo,

os meios-tons,

a meia-luz,

os interditos

e as grandes hesitações que se iluminam

e se apagam de repente.

No início não há memória nem sentença,

apenas um jeito do coração

enunciar que uma flor vai-se abrindo

como um dia de festa, ou de verão.

No início ou no fim (tudo é finício)

a gente se lembra de que está mesmo com Deus

à espera de um grande acontecimento,

mas nunca se dá conta de que é preciso

ir roendo,

roendo,

roendo

um osso duro de roer.

Bjs.

Nenhum comentário: