Toda caminhada começa com um primeiro passo. No nosso blog não seria diferente. Minhas amigas, por algum motivo desconhecido, não queriam começar a postar então...
Li um poema que falava de um início diferente do que estamos acostumados, e eu realmente tenho verdadeira atração por tudo que é diferente.
Se todos acham algo lindo, quero saber o que acha os que acham esse algo horrível. É algo bemmmmm mais forte do que eu.
O poema é do Gilberto Mendonça Teles.
Criação
O verbo nunca esteve no início dos grandes acontecimentos.
No início estamos nós, sujeitos sem predicados,
tímidos,
embaraçados,
às voltas com mil pequenos problemas
de delicadezas,
de tentativas e recuos,
neste jogo que se improvisa à sombra
do bem e do mal.
No início estão as reticências,
este-querer-não-querendo,
os meios-tons,
a meia-luz,
os interditos
e as grandes hesitações que se iluminam
e se apagam de repente.
No início não há memória nem sentença,
apenas um jeito do coração
enunciar que uma flor vai-se abrindo
como um dia de festa, ou de verão.
No início ou no fim (tudo é finício)
a gente se lembra de que está mesmo com Deus
à espera de um grande acontecimento,
mas nunca se dá conta de que é preciso
ir roendo,
roendo,
roendo
um osso duro de roer.
Bjs.
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